Badão e o sino confundiam-se, virando um só, arribombar alegrias e tristezas junto a paróquia de São Gonçalo; aonde por muitos anos foi seu batedor oficial, cuja arte aprendeu com os saudosos Canilinha e João Lobo.
Generoso em seu ofício, agia como se quisesse driblar na progressão do tempo a vida, ser presente ao mesmo tempo futuro. Zombando da dor, fazendo crer na eternidade.
Com seu corpo franzino, era o único que o levantava em perigosas e desmedidas aventuras, flutuava, abnegando da matéria, anunciando missas, novenas e mortes.
No dia comemorativo a São Gonçalo, Badão além de tocar o sino, apregoava seus leilões, para fazer dinheiro e manter a missão, de igual para Nossa Senhora de Lourdes, todo mês de Agosto.
Apesar da maestria dos seus toques, pendurado nas badaladas lentas e compassadas do sino, e da intensa sonoridade de sua voz apregoando leilões, Badão morreu ainda jovem acometido de um câncer pulmonar, sem deixar ruído, estranhamente sem pompa; com o seu olhar remoto, profundo, como se guardasse algum segredo, deixando pessoas que com ele viveu desde criança, que ele viu crescer. Como diria o poeta: nunca perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti.....
Crônica de Luiz de Moura Correia
Fonte: Página de Batalha
Generoso em seu ofício, agia como se quisesse driblar na progressão do tempo a vida, ser presente ao mesmo tempo futuro. Zombando da dor, fazendo crer na eternidade.
Com seu corpo franzino, era o único que o levantava em perigosas e desmedidas aventuras, flutuava, abnegando da matéria, anunciando missas, novenas e mortes.
No dia comemorativo a São Gonçalo, Badão além de tocar o sino, apregoava seus leilões, para fazer dinheiro e manter a missão, de igual para Nossa Senhora de Lourdes, todo mês de Agosto.
Apesar da maestria dos seus toques, pendurado nas badaladas lentas e compassadas do sino, e da intensa sonoridade de sua voz apregoando leilões, Badão morreu ainda jovem acometido de um câncer pulmonar, sem deixar ruído, estranhamente sem pompa; com o seu olhar remoto, profundo, como se guardasse algum segredo, deixando pessoas que com ele viveu desde criança, que ele viu crescer. Como diria o poeta: nunca perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti.....
Crônica de Luiz de Moura Correia
Fonte: Página de Batalha
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