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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Porque não podemos ignorar...

“O maior castigo para aqueles que não se interessam por política, é que serão governados pelos que se interessam.” (Arnold Toynbee).

Tenho cultivado nos últimos tempos o hábito de todos os dias acessar os sites de Batalha, para estar antenado com os últimos acontecimentos da “Terra de São Gonçalo’, tem razão o meu amigo “Bidoca”, em recente e bem escrito artigo, em não aceitar este codinome de: “Terra do bode”, mas, “Terra de São Gonçalo”; e também para não me distanciar tanto de minha querida Batalha.

Acompanho com vivo interesse a grande movimentação em torno da vida política de nossa terra. As conjecturas sobre o futuro do nosso executivo e legislativo municipal têm arrefecido os nervos dos moradores da cidade. Resolvi também me manifestar, sobre esta etapa preparatória das eleições municipais de 2012.

No último dia 07 deste mês encerram-se as filiações para os interessados a concorrerem às eleições do ano que vem. É muito importante que desde já cada um de nós observe com atenção as movimentações que estão sendo feitas.

Acredito que muitos dos internautas e moradores do município neste período em que os arranjos políticos, as notícias políticas e os políticos começam a fazer parte cada vez mais das conversas e da rotina de nosso dia a dia, gostariam de se afastar o máximo possível desde assunto. Mas, não devemos abandonar nossos deveres como cidadãos.

Esse é um tempo de grande gravidade que nos exige seriedade e muita ponderação. Não podemos permitir que necessidades pessoais estejam acima dos coletivos.

Não podemos ignorar o momento, ou tratá-lo com leviandade. A cada oportunidade aprendemos a escolher melhor os candidatos, e nossa cidade depende de nossa participação e aprendizado com os erros e acertos desta caminhada como se tem visto na política de nossa terra, com raras exceções. E devemos estar alertas para que não sejamos induzidos ao erro.

Duvide, investigue e não vote em candidatos cujo trabalho é duvidoso. Lembre-se que um candidato desprovido de valores como a ética, e valores familiares, hoje é seu amigo, amanhã poderá não sê-lo.

Julgamos muito importante a luta por uma democracia representativa que possa e deva impelir os partidos a assumir, plenamente, sua responsabilidade na escolha dos seus candidatos às eleições. É inadmissível e até vergonhoso que muitos desses partidos, mesmo entre aqueles de grande representação nacional, continuem apresentando, como candidatos, pessoas comprovadamente inescrupulosas no uso de recursos públicos. Há quem se aproveite das brechas da lei para não perder a elegibilidade, mesmo quando condenado.

Afinal, neste momento que tipos de acordos estão sendo feitos? Quem está apoiando quem e por quê? É possível antigos desafetos virarem parceiros na calada da madrugada. Candidatos que há apenas poucos dias resolveram mudar de partido realmente representam as idéias de quem?Será que não estão pensando só no próprio umbigo? É de se pensar!

Precisamos tomar muito cuidado com candidatos inescrupulosos ou com partidos que incluem em suas listas certas pessoas, até cristãs ou católicas, com a única função de somar votos para a sigla. Os votos dados a tais candidatos contribuirão para a eleição de políticos nem sempre merecedores de apoio.

E o passado desses candidatos? Não é aconselhável dar poder a pessoas com mania de grandeza, ou que centralizam as decisões em si mesmas. Que se escondem atrás de eventos populares, obras e projetos populistas e mal feitos onde se vê a ineficiência administrativa que compromete o bem estar do município, do estado e do país. Sem falar naqueles que beneficiam só os seus familiares, ou os seus bajuladores de plantão, os que nunca fizeram nada nesta cidade, que vivem sob a aba de prefeitos e vereadores, numa espécie de vampirismo social. Há uma lista infindável deles, basta para isto olhar as rodas onde estão os políticos, e não será difícil ver os chamados “baba ovo”.

Há ainda aqueles que se escondem atrás de eventos sociais e religiosos que se espalham por estes interiores afora, tais como as procissões, chegando até o absurdo de se passarem por piedosos carregando o andor do santo padroeiro, arrematando jóias nos leilões, patrocinando times de futebol, encaminhando os doentes para os médicos da capital, fazendo com que os pobres os tenham como “boa gente’, quando na verdade seus propósitos são mentirosos e inescrupulosos, pois não visam o bem comum, mas o voto. Como já nos alertava no seu tempo Santo Agostinho: “Há pastores que estão interessados não nas ovelhas, que se apresentam fracas e indefesas, mas no leite e na lã que elas podem oferecer”.

Partidos que não se bicam em Batalha haverão de quebrar o pau na disputa municipal pela cadeira de prefeito. E uma avassaladora lista de candidatos estará de olho no mandato de vereador. Uns porque, imbuídos de espírito cívico, aspiram sinceramente servir à população. Outros sonham em ganhar sem trabalhar.   

Ser vereador no Brasil é prêmio da loteria eleitoral. O eleito comparece uma ou duas vezes por semana à Câmara Municipal e, graças ao cargo, dedica o resto do tempo ao que lhe dá na telha. Uns poucos se interessam de fato pela cidade; outros cuidam de seus negócios pessoais; e há ainda os que preferem a ociosidade bem-remunerada, turistando mundo afora à custa do contribuinte e do erário público.   

A Igreja quer ser, no seu ensinamento social e político, inspiração para opções que teremos de fazer, com a máxima responsabilidade, no ano das eleições. Ela não se furta de sua obrigação ética e evangélica de formar as consciências para que os cristãos e as pessoas de boa vontade assumam com transparência, e compromisso sério o dever de fazer a melhor escolha, não apenas pensando em si, mas, de maneira forte e radical, no bem comum.   

Muitos devem se perguntar: em quem será que o Pe. Leonardo vai votar? (meu título eleitoral não foi transferido de Batalha, mesmo passados 18 anos que sai de minha terra), eu respondo aos curiosos:

Voto ano que vem, para prefeito municipal, no candidato decidido a implementar reformas estruturais tão prometidas e jamais efetivadas em nossa terra: que se esforce para evitar a dor de tantas mães que têm o coração golpeado por verem a cada semana vários ônibus partirem cheios de seus filhos, para São Paulo, Mato Grosso, etc., em busca de trabalho. Como uma mãe que me cortou o coração ao vê-la chorar em janeiro passado, ao abraçar o seu filho que partira num destes ônibus que partem a cada semana, na insegurança para terras distantes.

Voto em quem se dispõe a revolucionar a saúde e a educação. Voto, sobretudo, em quem apresentar um programa convincente de redução significativa da maior chaga do Brasil: a desigualdade social.

Voto em quem não der as mãos às velhas raposas para continuar no poder. No candidato que investir seu governo para fazer as grandes mudanças de nossa cidade e descobrir que o tempo é agora, se perdemos esta chance histórica seremos condenados ao atrasado desenvolvimentista, Por fim, voto num candidato disposto a cumprir o que prometer! Na próxima eleição eu voto em quem se dispuser a inovar com alternativas, chega de rodízio oligárquico! Este terá o meu voto. Resta achar o candidato.

Faço votos de que em nossa Batalha as pessoas se deixem guiar por grandes sentimentos de amor para não serem absorvidos por estéreis disputas partidárias e que, por vezes, fazem de amigos, inimigos, e dos verdadeiros inimigos, aliados. Que minados pela vaidade e pela disputa de espaços políticos, já não trazem o coração aquecido por ideais de justiça. Ficaram surdos aos clamores do povo, perderam a humildade do trabalho de base e, agora, barganham utopias por votos.

Quando o amor esfria, o entusiasmo arrefece e a dedicação retrai-se. A causa como paixão desaparece como o romance entre um casal que já não se ama. O que era “nosso” ressoa como “meu” e as seduções do dinheiro afrouxam princípios, transmutam valores e, que não prossigam na luta, simplesmente porque a estética do poder exerce maior fascínio que a ética do serviço.

Ao escrever este artigo não quis assumir este ou aquele partido, atingir A ou B, mas, se a carapuça servir a alguém, que faça bom uso!

Pe. Leonardo de Sales.
leosales.bh@hotmail.com

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