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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

10 anos sem a Toinha Soares

A morte de Antônia Soares Caxias, a nossa Toinha, em 30 de novembro de 2001, de forma brutal num acidente automobilístico na estrada entre Batalha e Piracuruca, trazia em si um impacto que jamais fora assimilado por mim. O inesperado levou a uma comoção geral entre amigos, familiares e a comunidade católica local. Toinha gozava de plena saúde e não se podia esperar tal desastre fatal que ceifou a sua vida.

Hoje faz dez anos da partida da querida amiga Toinha Soares, nossa inesquecível Toinha. Quem não se lembra dela, sempre com um largo sorriso no rosto atendendo na secretaria da paróquia?


Dona de um talento invejável, o das artes plásticas, ninguém pintava as bandeiras das procissões como ela, sem falar no traçado das linhas que a imortalizam na bandeira municipal de Batalha.

Sempre que vou à Batalha gosto de saber como está a Laila, sua filha, da última vez que a vi percebi um olhar muito tristonho nela, apontando para o infinito quero crer que é um olhar de eterna saudade de sua mãe, uma vez que nunca foi reconhecida devidamente pelos demais parentes paternos que imbuídos de sentimentos pouco dignos a deixaram de escanteio.

Toinha temos que ter claro este pensamento, que tenho ruminado nos últimos dias pensando em tantas pessoas, que como você partiu sem ao menos dizer adeus, nos últimos tempos tenho pensado que quando eu não estiver mais aqui, as flores crescerão normalmente, os pássaros voarão e as pessoas nem notarão a minha ausência. Seguirão os seus caminhos felizes e eu terei somente uma certeza de que estive aqui lado a lado com as pessoas e fui feliz...

Nossos corações experimentam hoje, quando já se passaram dez anos de sua partida, uma vez mais, aquele aperto que vem da saudade. Esta saudade, muitas vezes, dói muito. Não é só uma dor. É uma lembrança que reaviva lições inesquecíveis de gratidão e amor, renova sentimentos que a ausência dos que se foram não pode obscurecer. Pelo contrário, essa lembrança nos coloca a todos na mesma condição humana.

Todos nós morreremos. Todos nós, cedo ou tarde, numa ou noutra circunstância, na estrada entre Piracuruca e Batalha, em cima de uma cama sofrendo de uma doença, de uma hora para outra, não saberemos como, experimentaremos a morte que nos tira deste mundo, ou leva a quem amamos muito. Obrigado Toinha pela sua passagem em nossa vida, pelo seu sorriso e paciência com tantas pessoas no exercício burocrático de sua função como secretaria paroquial por anos e anos!

Mas, obrigado mesmo pelo dom que foi a sua vida! Pelas suas mãos artísticas que desenharam e pintaram o mistério de Deus em tantas bandeiras que ostentam nossas devoções, que seu talento foi capaz de pintar. Já o beato João Paulo II dizia escrevendo aos artistas: “(…) A arte é, por sua natureza, uma espécie de apelo ao Mistério. [13] “Na realidade, o artista vive sempre à procura do sentido mais íntimo das coisas; toda a sua preocupação é conseguir exprimir o mundo do inefável”.

Suas mãos coloriram o mundo, com as tintas de sua bondade, e agora que você já se encontra diante da Beleza infinita do amor de Deus no céu, nos ajude a desenhar um mundo mais parecido com um fim de tarde de procissão, como aquele do dia 1º de janeiro quando a bandeira pintada por suas mãos tripudia em nossas ruas contagiando o nosso povo de alegria ao expressarem a sua fé!

O poeta inglês John Donne (†1631) expressou de maneira feliz o que eu gostaria de dizer nestes dez anos sem você. Ele Estava doente, de cama, e ouviu os sinos baterem com aquele toque que anunciava a morte de alguém. O poeta perguntou, então, aos que o cercavam: “Por quem os sinos dobram?”, e ele próprio respondeu: “Eles dobram por ti!” Sim, quando morre um membro da comunidade, são todos os seus membros que participam da mesma dor, por se empobrecerem um pouco com a morte dessa pessoa. É o que sentimos Toinha. Nossa Batalha já não é mais a mesma sem você! Mas o céu é mais céu com a sua chegada!

Sem a Dona Maria Padeira, sua mãe, o Juvenal, seu irmão, aquela esquina onde vocês moravam ficou tão triste!

Corta o coração passar por ali. Mas, ao passar ali, nos recordamos de todos vocês, sei que talvez no céu não tenha esquina, mas se tiver se chama esquina da Dona Maria Padeira, mãe de nossa inesquecível Toinha Soares.

Até outro dia Toinha quando nos encontrarmos no céu, onde não tem esquina, mas, deve ter aquele inesquecível pirulito de rapadura que só sua mãe sabia fazer, pois sabemos que o céu é doce! Até lá!

Pe. Leonardo de Sales
Fonte: Página de Batalha

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