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terça-feira, 20 de julho de 2010

Mensagem Final da XX Assembléia de Pastoral

CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL
CNBB REGIONAL NORDESTE IV

“A Palavra de Deus e a sustentabilidade da Igreja”

Nós, povo de Deus a caminho: bispos, presbíteros, diáconos, religiosos e religiosas, leigos e leigas, reunidos na XX Assembleia de Pastoral do Regional NE IV, no período de 15 a 18 de julho de 2010, refletimos sobre a Palavra de Deus e a sustentabilidade da Igreja.

Durante estes dias de estudo e reflexão fizemos, a exemplo de Marta e Maria (Lc 10, 38-44), a experiência do encontro com Jesus, nosso Mestre e Senhor, sentando-nos aos seus pés, escutando a Sua Palavra e a Ele manifestando as nossas angústias e inquietudes, nossas esperanças e alegrias.


Invadiram os nossos corações sentimentos de louvor e gratidão pela Igreja que somos e pelas muitas iniciativas que o Espírito suscita em nossas Comunidades Eclesiais, sinais efetivos da edificação do Reino de Deus.

Como Marta e Maria, fixamos os nossos olhares em Jesus, nosso Divino Hóspede, para bendizer a Deus pela sua ação em nossas Igrejas, por aquilo que elas são e realizam:

Bendizemos a Deus pelos nossos bispos;
Bendizemos a Deus pelos nossos presbíteros, diáconos, religiosos e religiosas, vocacionados e vocacionadas;
Bendizemos a Deus pelos nossos leigos e leigas;
Bendizemos a Deus pelo ardor missionário de tantos homens e mulheres;
Bendizemos a Deus por tantas experiências de partilha que se constituem sinais do Reino;
Bendizemos a Deus pelas diversas pastorais, movimentos eclesiais e novas comunidades, sinais da vitalidade do Espírito que não cessa de prover a Igreja de Cristo com dons e carismas;
Bendizemos a Deus pelo dom da presença feminina em nossas Igrejas. No seguimento de Jesus, as mulheres, a exemplo de Marta e Maria, fecundam a nossa ação evangelizadora com gestos de acolhida, de gratuidade, de escuta, de silêncio e oração.
A experiência gratuita de permanecer aos pés do Senhor não nos exime de olhar, com olhar profético, para a dura realidade na qual vivemos. Antes, o olhar para o Senhor é o princípio motivador para um agir profético e solidário, em favor dos excluídos e marginalizados da nossa sociedade. Como não fazer ecoar as palavras do Papa Bento XVI, no seu Discurso Inaugural da Conferência de Aparecida: “Só quem conhece a Deus, conhece a realidade e pode responder a ela de modo adequado e realmente humano” (DA p 42). Por isso, angustia-nos tomar conhecimento de situações que ferem os valores do Evangelho de Cristo e a dignidade da pessoa humana, violentando o bem-comum e tornando ainda mais difícil a vida dos mais pobres da nossa sociedade. A título de ilustração, citamos apenas alguns indicadores sociais do nosso Estado:


No quesito transparência dos gastos públicos, segundo dados do Ministério do Planejamento, o Piauí ocupa o último lugar;

No âmbito da educação, se, de um lado, são alvissareiras as notícias de que algumas escolas da rede particular estão entre as primeiras do Brasil; por outro lado, é preocupante saber que dados do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) 20092 revelam que, no tocante à “educação básica”, algumas cidades do Piauí receberam as piores notas. E em relação ao “ensino médio”, a pior nota é também do nosso Estado.

Esta situação é preocupante e nos exorta, como discípulos e discípulas de Jesus, a ajudar o nosso povo a bem exercer a sua cidadania e a manter uma atitude de vigilância constante com a causa da transparência na aplicação dos recursos públicos, requisitos indispensáveis para a construção de uma sociedade justa e solidária.

“A Palavra está muito perto de ti: está na tua boca e no teu coração, para que a ponhas em prática” (Dt 30,14). Portanto, impulsionados por esta mesma Palavra, assumimos os seguintes compromissos:

Promover, em nossa ação pastoral e missionária, um conhecimento profundo e vivencial da Palavra de Deus como condição indispensável para um autêntico encontro com o Senhor. Pois, “desconhecer as Escrituras é desconhecer Jesus Cristo e renunciar a anunciá-lo” (DA p 247).

Trabalhar pela sustentabilidade de nossas Igrejas Particulares fomentando, no nosso povo, a consciência de que Deus é a fonte e a origem de todo bem que nos acontece e da corresponsabilidade eclesial. Por isso, todo fiel deve colaborar, de modo gratuito e generoso na obra da evangelização, especialmente através do dízimo.

Priorizar, em nossa ação evangelizadora, a organização e o fortalecimento das Pequenas Comunidades Eclesiais.  Pois, “são elas um ambiente propício para escutar a Palavra de Deus, para viver a fraternidade, para animar na oração, para aprofundar processos de formação na fé e para fortalecer o exigente compromisso de ser apóstolos na sociedade de hoje” (DA p 308).

Favorecer, cada vez mais,  o protagonismo das mulheres em nossas Comunidades Eclesiais, a exemplo de Jesus que, em sua ação profética e evangelizadora, dispensou acolhida e atenção a elas.

Reconhecer o valor e a eficácia dos organismos que promovem o laicato e estimular os leigos e as leigas a serem, por suas vidas, santificadores e santificadoras do mundo, a modo do sal e do fermento dentro do tecido humano da sociedade.


Fortalecer, em nossas Igrejas, a mística de Betânia, transformando-as, cada vez mais, em casas de acolhimento e hospitalidade.


Conscientes de que a missão é maior do que as nossas forças imploramos, como os discípulos de Emaús: “Fica conosco, Senhor!” (Lc 24,29), pois, sem vós nada podemos fazer (Jo 15,5). 

Igualmente suplicamos a materna intercessão da Virgem Maria, perfeita discípula e pedagoga da evangelização. Que ela nos ensine a ser filhos em seu Filho e a fazer o que Ele nos disser (Jo 2,5).


Teresina - PI, 18 de julho de 2010.

Colaboração: Marcos Amorim

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